No meio desse caos pandêmico, a realidade empresarial ecoa a quatro cantos: que rumo ruma? Pra onde vou? Uma coisa é certa nessas indagações: a incerteza. No Brasil, tal incerteza - por si natural ante as drásticas e necessárias mudanças de comportamentos...
Empresa: sinal de alerta
Alexandre Papini
Um importante sinal de que uma atividade empresarial está iniciando um processo de crise financeira é a dificuldade de se manter em dia com os compromissos ordinários, a exemplo e de forma mais evidente: folha salarial, fornecedores, tributos.
A esta altura, em boa parte, muito já se está, para tão somente preservar a manutenção do “giro empresarial”, a socorrer-se a empréstimos bancários, passando também o custo financeiro de tais operações (que nada agregam ao negócio, mas tão somente passam a ser mero meio de sobrevivência do mês a mês) a somar-se aos demais custos/compromissos ordinários acima falados.
Obviamente que, quanto mais o tempo passa sem que o negócio não responda de maneira a suportar os referidos custos, mais inviável vai se tornando a atividade mercantil.
E neste contexto, o empresário que, mais que nunca, deveria estar pensando exclusivamente no negócio – fonte de sua salvação – está normalmente enfraquecido, desgostoso, desfocado, submetendo sua atividade a maiores riscos empresariais.
Vale dizer, desfoco normalmente propicia: diminuição de receita; fazer mais do mesmo (não se reinventar, especialmente no mundo moderno que clama por mudanças quase diárias); paralisia de decisões e ações.
A este dilema, verdadeiro sinal de alerta, depara-se o empresário com a grande dúvida de decidir: “continuo assim mais um pouco, girando o negócio sustentado em dinheiro de terceiros, especialmente bancos, e vejo se o mercado reage” ou “decido admitir que vivencio um problema financeiro e passarei a enfrentá-lo, adotando todas as medidas necessárias visando a sua gestão estratégica”.
Penso que atividade empresarial não é jogo de aposta.
Há de se ter resultado. Superavit.
Das duas uma: ou aumenta-se a receita para se encaixar todas as despesas/custos; ou, não sendo possível o incremento da receita, que se alcance o enquadramento das despesas nos limítrofes da receita.
Entenda-se que, perpetuar uma situação deficitária, com aumento de custo de financeiro, mais difícil e onerosa vai se tornando a solução.
Empresa vive (ao menos deveria assim o ser) de decisões e ações rápidas, sobretudo num mundo capitalista moderno, em que a rotina empresarial há de ser revisitada a todo momento.
Enfim, ao sinal de alerta, encoraje-se. Aja.
Não espere que dos empréstimos bancários venha alguma solução.
A este propósito, tenha sempre em mente que a busca de recursos de terceiros com finalidade de giro é um péssimo sinal.
Não espere que, na inércia, surgirá a solução.
Mais provável que já tenha comprometido seu patrimônio e perdido seu negócio.