No meio desse caos pandêmico, a realidade empresarial ecoa a quatro cantos: que rumo ruma? Pra onde vou? Uma coisa é certa nessas indagações: a incerteza. No Brasil, tal incerteza - por si natural ante as drásticas e necessárias mudanças de comportamentos...
Tsunami viral e desgovernança letal
Alexandre Papini
Como num tsunami, a humanidade foi engolida pela pandemia.
Em poucos dias, sem entender direito o que acontecia, espalhou-se rapidamente por todo este planeta a virose COVID-19.
Provavelmente, diante da natural incredulidade quanto às consequências nefastas que tal mal estaria a provocar, o mundo demorou a fechar.
E ao se fechar, caos que já se acometia, demorou-se no abrir.
Ao certo pelo desconhecido que se passava a conhecer e, também, pela inércia do susto e do medo que ainda persiste.
Óbvio que vários tem sido os erros e acertos para a contenção desta catástrofe, seja de parte dos líderes de modo geral, seja de parte da sociedade civil como um todo.
Erros e acertos com as consequências que são experimentadas a cada dia.
Neste cenário, em que, abruptamente, tudo parou, novo mundo aconteceu.
Virou expressão corriqueira a justificar as várias mudanças de comportamento social, umas totalmente nunca experimentadas por determinados povos, outras em curso de mudanças, como o uso de máscaras; a constante higienização; não aglomeração; homeoffice maciço; educação a distância.
Mas a experiência brasileira vai além. A virose encontrou fértil espaço para proliferar.
Contou com lideranças desastrosas.
Líderes que preferiram ouvir o som do palanque eleitoral, da vaidade, e, não, a voz da ciência. Líderes que politizaram.
Que não se alinharam.
Com isso, passaram-se três meses em total letargia, um Brasil todo parado.
E, nas insuportáveis consequências da combalida economia, em seu último suspiro, o que prevaleceu, no ambiente que já se polarizava entre os contra e os a favor da economia ou da saúde, foi o de voltar sem tanta ordem.
Para não se dizer, em total desordem. A propósito, que oportunidade perdida de se estabelecer a tão almejada ordem gritada por nossa bandeira.
Creio que um alinhamento de posições no sentido de voltar rápido a economia, com a exigência dos cuidados devidos, economia e saúde estariam brindando neste momento.
Mas hoje, um ano após o primeiro lockdown, vê-se o mais grave deles, com várias pessoas morrendo na fila de espera do oxigênio ou da intubação.
Claro que imputo a responsabilidade por essa anunciada catástrofe, em boa parcela, a essa liderança, federal, estadual e municipal.
Deus nos proteja!